ENERGIAS
Automatização Inteligente é solução para setores da energia e utilities

Automatização Inteligente é solução para setores da energia e utilities

Segundo um estudo da Capgemini, o setor da energia e utilities deve focar-se rapidamente na automatização de funções essenciais como planificação, otimização do desempenho e gestão das reclamações dos clientes

A Automatização Inteligente aumenta níveis de eficiência operacional, e impulsiona o crescimento e engajamento com os clientes à escala global, no que toca ao setor da energia e utilities, conclui um estudo da Capgemini.

Este setor está a usar cada vez mais automatização inteligente à escala global, incluindo a Inteligência Artificial. Mas, segundo o novo estudo do Capgemini Research Institute, os gestores estão a subestimar o total potencial da automatização inteligente quando deixam grandes projetos em segundo plano.

O estudo “Intelligent Automation in Energy and Utilities: The next digital wave” inquiriu 529 quadros superiores e concluiu que “quase metade dos inquiridos subestimam os benefícios decorrentes das suas iniciativas de automatização inteligente, com somente 18% das organizações a implementarem formas de utilização que permitem obter resultados muito rapidamente ("quick-win use cases"). Apenas 15% dos inquiridos revelou que as suas empresas está a implementar programas de automatização inteligente em larga escala”, revela a consultora.

Mostra-se também que existem desigualdades a nível regional e subsetorial no que diz respeito à implementação da automatização. Nos EUA, 23% das empresas implementaram estas iniciativas, quando foram apenas 16% em França e na Índia, e 8% no Reino Unido. Também os segmentos do gás e petróleo estão mais comprometidos com estas soluções em larga escala (20%) do que as empresas do segmento da água (6%).

Apesar das lacunas ainda existentes, o setor já está a retirar vantagens da automatização, em parâmetros como os níveis de eficiência operacional, crescimento e engajamento com os clientes à escala global, e em comparação com outros setores de atividade.

40% dos gestores do setor de energia e utilities afirmou ter registado uma melhoria na qualidade das suas operações, com menos 10% nos outros setores a registarem esta diferença. “45% dos gestores constatou um aumento do número de leads de clientes (27% nos outros setores). 81% melhorou a experiência dos clientes através de respostas mais rápidas (60% nos outros setores). 78% registou uma redução do número de processos relacionados com dúvidas nas compras (61% nos outros setores) e 32% registou um aumento da produtividade (26% nos outros setores)”, conclui o estudo, sublinhando-se que “em termos de benefícios, 47% subestimou as economias de custos, 48% o nível de satisfação dos clientes e 45% o impacto nas receitas líquidas e no aumento das receitas marginais”.

Abhijeet Bhandare, Chief Automation Officer da GE Power, explica que “temos um critério de seleção muito rigoroso definido para as formas de utilização da automatização. Temos cerca de 200 ideias de automatização em carteira, e uma média de 50 a 60% destas será rejeitada. O importante é concentrar a atenção nas restantes 50 a 40% que nos poderão trazer ganhos efetivos. É preciso ter o critério certo - quer este seja norteado pelo valor, pelas poupanças de custos ou pelo custo de oportunidade.  No que diz respeito aos casos de utilização, as empresas precisam de se focar na qualidade e não na quantidade.”

A investigação conclui ainda que, nas funções críticas, apenas 18% das empresas de energia e utilities está a implementar casos de utilização quick-win. Ao mesmo tempo, as dificuldades comerciais e falta de competências e recursos humanos travam implementações em larga escala, com apenas 15% dos gestores a afirmar que a sua empresa estava a implementar múltiplas formas de utilização.

Philippe Vié, Global Head of Energy & Utilities da Capgemini, afirma que “o setor da energia e das utilities já está a constatar o impacto positivo da automatização inteligente no nível de eficiência das suas empresas e atividades, na satisfação dos clientes e nas receitas. Os gestores passaram por isso a incluir a automatização inteligente na lista das suas prioridades. Agora o foco tem que se centrar noutros fatores que permitam escalar as múltiplas formas de utilização, incluindo o investimento em recursos humanos especializados, uma coordenação mais integrada entre os vários departamentos, e um nível de compromisso/envolvimento mais profundo das chefias. Sabendo quais as vantagens que a automatização inteligente pode oferecer, as empresas de energia e utilities devem agora redobrar os seus esforços para poderem obter o máximo de benefícios.”

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