O relatório Corporate Energy & Sustainability Progress Report conclui que, apesar de ainda se debaterem com desafios de financiamento e gestão de dados, 28% das grandes empresas já estabeleceu "objetivos de sustentabilidade específicos e ambiciosos"
A Schneider Electric lançou o relatório 2019 Corporate Energy & Sustainability Progress Report, que se debruça sobre as tendências, barreiras e oportunidades globais que estão a ter impacto nos programas corporativos relativos à energia e à gestão das emissões de carbono. Apesar de as equipas responsáveis por estes esforços nas empresas ainda se debaterem com a necessidade de financiamento e de dados, o relatório revela que a maioria das grandes empresas estabeleceu objetivos de sustentabilidade voltados para o público — os quais estão a impulsionar a adoção de estratégias e tecnologias inovadoras, e a alterar as perceções sobre o valor da conservação e da ação climática.
O relatório baseou-se num inquérito realizado pela GreenBiz Research a mais de 300 profissionais globais responsáveis pela energia e sustentabilidade de empresas com receitas anuais superiores a 100 milhões de dólares.
Cada vez mais empresas estão conscientes do benefício de assumir um compromisso público em relação à energia, emissões de carbono e redução de resíduos, estimulando a mudança nas suas organizações, independentemente das exigências regulatórias ou governamentais. Quase 60% das organizações inquiridas possuem objetivos que partilharam com os seus clientes, investidores e outras partes interessadas. E mais 9% estão a considerar assumir também estes compromissos. Os resultados incluem:
"Hoje, mais do que nunca, os líderes empresariais percebem que precisam de tomar as rédeas e assumir o seu papel no cenário em forte evolução da energia e do ambiente", referiu Jean-Pascal Tricoire, Chairman e CEO da Schneider Electric."Ser-se um consumidor passivo é uma desvantagem competitiva e operacional. Por isso, independentemente das regulamentações e das exigências governamentais, as empresas estão a adotar agressivamente estratégias no sentido de reduzirem as emissões, aumentarem a eficiência e utilizarem a energia de modo a beneficiar o planeta e os seus resultados."
O inquérito revelou também que as empresas estão a considerar medidas de conservação que vão para além das medidas tradicionais. As iniciativas voltadas para a eficiência energética ainda predominam, mas a transição para a descarbonização e descentralização continua a motivar interesse e investimento nas energias renováveis. Cinquenta e dois por cento das empresas possuem fontes de energia renovável onsite, 40% compram energias renováveis offsitee 34% utilizam certificados de atributos de energia, como créditos de energia renovável ou garantias de origem, para abordar questões como a pegada de carbono da eletricidade que compram e consomem (também conhecidas como emissões de âmbito 2).
No caso de empresas que planeiam enveredar por este caminho e dar passos adicionais, o financiamento tem sido um obstáculo contínuo. No entanto, a falta de capital não é necessariamente um obstáculo tão grave quanto se pode pensar.
Os inquiridos que discordavam que o seu departamento tinha sido "bem-sucedido em conseguir orçamento para iniciativas relacionadas com a energia e/ou a sustentabilidade" indicaram as limitações de capital como motivo 57% das vezes. No entanto, os inquiridos que concordaram com a afirmação indicaram que a demonstração do retorno sobre o investimento (ROI) e a liderança executiva foram os fatores que mais contribuíram para o sucesso. Apenas 10% identificaram o capital disponível como a razão principal pela qual os programas são aprovados e financiados.
Adicionalmente, a falta de dados parece ter deixado de ser considerada como um desafio. Porém, dados insuficientes e pouco fiáveis – falhas provavelmente atribuíveis às fontes de informação – bem como a partilha ineficaz dos dados, parecem limitar o ROI. O inquérito mostra:
As empresas recolhem dados, em média, de quase três fontes diferentes.
As faturas de consumo são a fonte mais comum, seguidas dos sistemas de gestão da energia; no entanto, 52% das organizações ainda utilizam folhas de cálculo e apenas 18% recolhem dados a partir de dispositivos IoT.
As barreiras mais frequentes à utilização eficiente dos dados são a pouca fiabilidade ou insuficiência dos mesmos (48%), a inadequação das ferramentas (41%), e a falta de especialistas internos (40%).
Apenas 22% das empresas partilham todos os seus dados de energia e sustentabilidade transversalmente aos departamentos — 58% partilham alguns dados e 20% não partilham dados nenhuns.
90% das empresas que partilham os dados entre todos os departamentos concordam que conseguem obter financiamento; além disso, têm uma maior probabilidade de utilizar um portefólio diversificado de tecnologias.
"A partilha de informações e a colaboração são críticas para o sucesso dos nossos esforços de gestão de energia e sustentabilidade", referiu Bill Hoenigmann, Global Category Manager for medical technology leader da BD, um dos inquiridos."Temos uma equipa multifuncional de operações, compras e sustentabilidade. E temos objetivos e responsabilidades conjuntas no que respeita às poupanças de energia e à monitorização das melhorias em termos de redução das emissões de carbono".