A única feira nacional dedicada aos setores económico-empresariais que suportam a transição energética em marcha no País, bem como às tecnologias de gestão da água - cada vez mais um recurso escasso e sujeito às flutuações das alterações climatéricas -, registará à 2.ª edição um aumento exponencial de participação.
A única feira nacional dedicada aos setores económico-empresariais que suportam a transição energética em marcha no País, bem como às tecnologias de gestão da água - cada vez mais um recurso escasso e sujeito às flutuações das alterações climatéricas -, registará à 2.ª edição um aumento exponencial de participação. A uma semana da abertura, na EXPONOR – Feira Internacional do Porto, nos próximos dias 25 e 26, a organização luso-espanhola do ENERH2O – Energy and Water Innovation & Technology, a cargo da nortenha OnEvents e da catalã Profei – Promoción de Ferias Internacionales, conseguiu garantir lotação esgotada nos pavilhões que receberão o evento. Os 76 expositores confirmados para o certame representam um crescimento de quase 40% em relação à última edição. Que espelha, por isso, a importância crescente do tema na economia e sociedade portuguesa. O acontecimento é montra de 14 segmentos de atividade (armazenagem energética, energias fotovoltaica, eólica, geotérmica e hídrica, hidrogénio, biogás, autoconsumo de energia, tratamento e abastecimento de água, bem como recolha, transporte e armazenamento hídrico, captura e sequestro de carbono, smart monitoring e agro, além de outros nichos de mercado). Área onde são “muitos”, sinónimo de demasiados, segundo o alerta do presidente da Direção da Apemeta - Associação Portuguesa de Empresas de Tecnologias Ambientais, Carlos Iglézias, os projetos de transição energética, de melhoria da eficiência de utilização de recursos energéticos e hídricos e fatores de produção que “aguardam decisões e os inerentes apoios financeiros para serem realizados”, no âmbito dos incentivos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do Portugal 2030. Significa o reparo que, segundo Carlos Iglézias, haverá a “necessidade urgente” de “acelerar as respostas” às candidaturas efetuadas por inúmeros promotores privados, públicos e da economia social. Estes e outros temas, que reforçam toda a malha da atualidade do setor, perpassarão durante dois dias na ENERH2O, certame que, além da componente expositiva, abre a tribuna do debate para abordagens técnicas e especializadas, mas igualmente transversais, com painéis de discussão sobre incentivos e financiamento, políticas governamentais e quadro regulamentar, autoconsumo e formação de recursos especializados. As “Modalidades de financiamento para a transição energética das PME”, por exemplo, surgirão sob a forma de mesa-redonda, no dia 25, às 10h30, na Sala Solarshop da ENERH2O. Intervirão especialistas da ADENE - Agência para a Energia, da Business Council for Sustainable Development (BCSD) Portugal, do BPI - Banco Português de Investimento e do IAPMEI. Mas será apenas uma das quase três dezenas de conferências em agenda. “As empresas, desde líderes de mercado a start-ups inovadoras, que operam no mercado ibérico, responderam positivamente a esta segunda chamada do ENERH2O, e várias delas solicitaram espaços de exposição maiores, para apresentarem as suas soluções tecnológicas e novidades. O evento regista um crescimento orgânico de cerca de 40% e esperamos que isso se reflita também no índice de visitação, constituído por profissionais”, sublinha Filipe Gomes, diretor da OnEvents. ENERH2O: um espaço de negócio, networking e conhecimento A feira é, enfatiza, um “espaço de negócio, partilha, conhecimento, networking e uma oportunidade potenciar e reforçar o trabalho em rede, entre peritos, empresas e organizações do setor. O momento facilita a criação de alianças estratégicas e o financiamento de projetos inovadores. E contribui, à sua escala, através das soluções que coloca na sua montra expositiva, para o cumprimento das metas nacionais e internacionais de neutralidade carbónica”. Além de espelhar o enorme potencial das energias renováveis, e em particular da energia solar e eólica, para a redução de custos do segmento industrial e aumento da competitividade das empresas, a ENERH2O recebe as últimas soluções do mercado para a gestão eficiente e integrada da água. Em destaque estarão, revela o diretor-geral da Profei, Juli Simon Millet, equipamentos e tecnologias para a gestão do ciclo integral da água, desde a captação até à distribuição e tratamento. “São cada vez mais as autarquias portuguesas e espanholas, e empresas públicas, que, além da monitorização, estão a apostar no reforço dos sistemas que permitem reduzir as perdas e a reutilização da água, integrando igualmente dispositivos que permitem tornar as redes mais inteligentes. A ENERH2O dá expressão a toda esta realidade, bem como às novas tecnologias de dessalinização, purificação da água e tratamento de águas residuais, também”, complementa o responsável da Profei. As estratégias que estão – e vão - ajudar as comunidades a adaptar as infraestruturas aos impactos das alterações climáticas, tais como secas, inundações e flutuações na disponibilidade dos recursos hídricos é outra das dimensões que marcará presença na feira. Que é igualmente escaparate dos (novos) sistemas de armazenamento de energia, a pensar na maximização da respetiva utilização, por forma a garantir a estabilidade do aprovisionamento. A crescente introdução do hidrogénio como fonte energética é outra das facetas da ENERH2O, que traduzirá a relevância do tema no domínio empresarial, no presente e no futuro. Altamente especializado, o evento que ocupa a EXPONOR conta receber a visita de cerca de 2.500 profissionais do setor, um quarto dos quais estrangeiros. A estimativa representa uma subida de 35% no número de visitantes relativamente a 2023. |