O primeiro-ministro português afirmou a intenção de, em 2030, não haver centrais a carvão em funcionamento no país, e 80% da energia ser renovável
O objetivo, reiterado no Parlamento, é chegar a 2030 sem qualquer central a carvão em funcionamento, com 80% da eletricidade consumida de origem renovável e com uma redução de 47% das emissões em comparação com 2005. A neutralidade carbónica é meta para 2050, cumprindo-se os objetivos internacionais. "Ouvimos os apelos dos milhares de jovens que se mobilizaram para a Greve Climática Estudantil. Neste trajeto a 30 anos, faremos da próxima década a mais exigente no combate às alterações climáticas. Portugal chegará a 2030 sem centrais a carvão, com metade das emissões em relação a 2005, com 80% da eletricidade consumida de origem renovável e com um terço da mobilidade de passageiros movida a eletricidade", declarou António Costa na Assembleia da República. Há três passos para atingir a neutralidade carbónica, crê o primeiro-ministro. "Primeiro, reduzindo emissões e procurando a independência energética. Portugal importa hoje 70 milhões de barris de petróleo por ano. Em 2050 esse número será inferior a 10 milhões, o que representa uma poupança anual de 1,2 mil milhões de euros nas nossas importações”. Depois, é importante ter em conta a "capacidade de sumidouro [de carbono], que em Portugal é essencialmente de origem florestal". O terceiro ponto é o objetivo de reduzir o impacto dos incêndios florestais. "Para conseguirmos atingir as nossas metas, a área ardida em fogos rurais terá de ser reduzida para metade. Esta necessidade reforça o compromisso deste Governo com a prevenção e combate, e a certeza de que em dez anos teremos de ter uma nova paisagem rural, com mosaicos adaptados às condições naturais e espécies florestais resistentes ao fogo”. António Costa adiantou ainda que está em marcha o Programa de Ação para a Adaptação às Alterações Climáticas, que corresponde a um investimento de mais de 700 milhões de euros em “adaptação do território, prevenção contra os fogos rurais, rede hidrográfica e melhoria da fertilidade dos solos e nas cidades". António Costa sublinhou ainda os passos que o setor público em Portugal tem dado no contexto da redução de impactos ambientais. "Há meses que banimos o uso de plástico descartável no Estado, e iremos antecipar em um ano a diretiva que os proíbe para o mercado em geral. Presentemente, 50% dos carros comprados para o Estado ou para as empresas públicas têm de ser elétricos", afirma. |