ISQ desenvolve plataforma digital que avalia impactos ambientais dos estaleiros navais

O projeto europeu EcoShipYard, no valor de 4.52 M€, e no qual o ISQ participa, vai fazer estudos de caso em Espanha e em Itália, nos próximos dois anos, fornecendo aos estaleiros de diferentes dimensões, que trabalham com embarcações de diversos materiais (aço, alumínio, compósitos), um conjunto de ferramentas sob a forma de uma plataforma digital que permite responder a estas questões. 

Será, assim, possível, a monitorização contínua e a realização de avaliações sobre a sustentabilidade das operações dos estaleiros que a utilizem, fornecendo suporte à decisão ao longo do ciclo de vida dos navios e garantindo conformidade com regulamentações e diretrizes.

Para atingir esse objetivo, a plataforma disponibilizará componentes para a avaliação da sustentabilidade integrados com um sistema adequado de armazenamento de dados. O mecanismo de inserção desses dados será padronizado, permitindo aos utilizadores finais a liberdade de escolher quais ferramentas e sistemas de terceiros integrar.

“Para compreender os impactos ambientais associados a cada processo da construção naval, o ISQ irá compilar e quantificar os impactos mais críticos por meio de metodologias apropriadas, sendo assim capaz de identificar os principais focos de impacto ambiental e os pontos de melhoria para qualquer tipo de estaleiro”, explica Marco Estrela, responsável de I&D+i do ISQ.

A quantificação dos impactos será realizada com base em fatores de emissão tabelados, medições diretas, cálculos e balanços de massa. Assim, por meio da introdução de parâmetros simples e rápidos, será possível estimar os impactos ambientais de processos específicos, como corte, soldadura e pintura. Esses processos apresentam como principais impactos críticos o consumo de energia, produção de resíduos, emissão de COVs (compostos orgânicos voláteis) e outros compostos perigosos.

“Além de identificar e quantificar os impactos ambientais das atividades dos estaleiros, o ISQ também procura soluções para mitigar esses efeitos, propondo tecnologias inovadoras e melhores práticas que minimizem desafios relacionados com emissões, produção de resíduos, consumo de energia e recursos, além da saúde e segurança dos trabalhadores”, complementa Marco Estrela.