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90% dos consumidores portugueses priorizam a sustentabilidade

90% dos consumidores portugueses priorizam a sustentabilidade

Segundo o estudo “Portugal e França: Juntos na Transição Ecológica - a responsabilidade das empresas em tempo de Covid”, que aborda o combate às alterações climáticas, 9 em cada 10 portugueses dão preferência a produtos, empresas e marcas sustentáveis

As alterações climáticas e os seus efeitos constituem um dos maiores desafios da atualidade, afetando todas as regiões do mundo. Para evitar repercussões ambientais, económicas e sociais em todo o planeta, empresas, cidadãos e entidades públicas têm um papel a desempenhar na construção de uma sociedade e economia mais verdes. 

Reafirmando o seu compromisso no fomento da relação entre Portugal e França, os Conselheiros do Comércio Externo da França, em Portugal – CCEF – lançam este ano mais uma vez a debate um tema importante: A Transição Ecológica e a responsabilidade das empresas, através da realização do estudo “Portugal e França: Juntos na Transição Ecológica - A responsabilidade das empresas em tempo de Covid”, que aborda o combate às alterações climáticas, colocando o foco  nas empresas, com destaque para as de origem francesa presentes em Portugal, enquanto agentes responsáveis por uma sociedade mais sustentável. 

No estudo procurou-se também compreender e avaliar se a preocupação e o compromisso com a transição ecológica por parte das empresas é, ou não, um fator de valorização perante os cidadãos e de que forma é que os cidadãos percecionam este compromisso.

Os resultados do estudo indicam-nos que se verifica uma tendência ao nível da consciencialização ambiental: 75% dos cidadãos inquiridos residentes em Portugal dizem-se preocupados com o ambiente e as alterações climáticas, com 14% a afirmarem estar muito preocupados e 61% a demonstrarem alguma preocupação. Esta preocupação reflete-se quando 88% dos cidadãos inquiridos confirmam valorizar produtos, empresas e marcas sustentáveis.

Esta valorização não se restringe aos produtos e serviços. Os cidadãos inquiridos têm uma visão mais alargada e perante, por exemplo, um contexto de mudança de emprego, em que se escolhe entre um empregador comprometido com a sustentabilidade e um que não o seja, 54% admitiram que prefeririam as ofertas de trabalho de empresas associadas a boas práticas ambientais. Apenas 3% dos portugueses inquiridos dizem não ter de todo em consideração este fator quando se candidatam.

No entanto, a maioria dos inquiridos (69%) continua a percecionar que as empresas comprometidas com a proteção ambiental representam uma minoria. Esta perceção dos cidadãos de que apenas uma parte está empenhada na concretização deste objetivo poderá estar relacionada com o facto de, atualmente, apenas 23% se recordarem de ações ambientais promovidas pelas empresas, o que evidencia que os esforços têm tido ainda pouco impacto e visibilidade junto dos cidadãos.

Para alcançarem o compromisso com a proteção ambiental, as empresas precisam de realizar ações concretas; e para obterem reconhecimento, precisarão de conseguir comunicar melhor junto dos consumidores. Isto porque 62% consideram que as ações realizadas e comunicadas pelas empresas, apesar de corresponderem a um compromisso efetivo, são também desenvolvidas com o intuito de trabalhar a sua imagem; 24% consideram que servem apenas para passar boa imagem e apenas 14% acreditam num compromisso efetivo, em que a imagem passada é secundária. Por outras palavras, se é um facto que os consumidores não acreditam facilmente nas medidas de responsabilidade social que muitas vezes as empresas declaram cumprir, é igualmente verdade que os cidadãos estão mais capazes de distinguir green washing dos compromissos autênticos das empresas.

 

Empresas francesas demonstram forte compromisso com a transição ecológica

Os resultados do estudo ainda nos indicam que, quando questionadas sobre qual o grau do seu compromisso com a transição ecológica, numa escala de 1 a 10, as empresas francesas em Portugal autoclassificam-se com 8,7. O estudo revela ainda que 39% destas empresas francesas em Portugal chegam mesmo a atribuir a nota máxima, dando indicação que a respetiva organização está totalmente empenhada neste tema. Um compromisso que para mais de 50% das empresas se tem traduzido, por exemplo, na criação de estruturas especificamente dedicadas à gestão da mudança, colocando no centro a preocupação sobre a forma de fazer avançar as suas organizações e negócios neste caminho. 

No entanto, as empresas francesas em Portugal admitem que concretizar esta transição não é uma tarefa fácil, identificando mais de metade os hábitos e costumes (resistência cultural) como o principal obstáculo, e quase um terço os custos elevados do processo. Cerca de 26% identifica outros aspetos como a resistência à mudança e 13% a burocracia associada a estes processos, a complexidade da estrutura e a falta de apoio do Estado, barreiras que precisam ainda de ser ultrapassadas. 

O estudo desenvolvido pelos Conselheiros do Comércio Externo de França em Portugal em parceria com o BNP Paribas Personal Finance foi dado a conhecer na manhã de sexta-feira, 21 de maio, na Fundação Calouste Gulbenkian, e contou com a presença de Suas Excelências, o Sr. Ministro de Estado, Economia e Transição Digital, Dr. Pedro Siza Vieira, e a Embaixadora de França em Portugal, Dra. Florence Mangin. No evento foram dadas a conhecer diversas iniciativas de sustentabilidade desenvolvidas pelas empresas francesas em Portugal, como Bel, BNP Paribas, DPD, Ecoslops, Renault, Sair da Casca, Transdev e Veolia; além da opinião de estudantes do Liceu Francês Charles Lepierre.

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