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Analítica: A arma das empresas no "novo normal"

Analítica: A arma das empresas no "novo normal"

A COVID-19 trouxe consigo uma nova realidade para a qual a maioria dos modelos de negócio não foram pensados. Ricardo Pires Silva, Diretor Executivo do SAS Portugal, explica de que forma é que a analítica está a ajudar as empresas a enfrentar esta situação.

No contexto da pandemia que estamos a viver, a importância dos dados torna-se cada vez mais evidente. Vemo-lo a toda a hora, nas notícias, nas redes sociais, em conversa. Confrontados com esta situação inesperada, olhamos para como outros países lidaram com o problema para determinar o que fazer (ou não), associamos medidas tomadas com resultados observados, e mantemo-nos atualizados sobre dados – não só epidemiológicos como económicos – com um rigor que anteriormente não se verificava. Não restam, portanto, dúvidas de que os dados ganharam tanto relevo como visibilidade para as pessoas, organizações e governos nos últimos meses.

Foi com isto em mente que o SAS disponibilizou de forma gratuita o que chama de COVID-19 Resource Hub, que disponibiliza uma visualização dinâmica de dados através de um dashboard online, bem como software que permite que os clientes se liguem a esta plataforma ou a instalem nas suas redes para agregar dados próprios.

Esta funcionalidade é de particular relevo, visto não existir nos muitos dashboards públicos atualmente disponíveis. Isto permite que os clientes, com base nas suas próprias fontes de dados, possam fazer a previsão de como é que esta situação vai afetar as suas cadeias de distribuição e abastecimento em particular, e tomem decisões informadas relativamente a workforce management, como no planeamento de layoffs e sistemas rotativos.

“Esta é uma situação nova – totalmente imprevisível, o que torna imprescindível ter a capacidade de tomar decisões informadas com base em dados quase em tempo real”, explica Ricardo Pires Silva, Diretor Executivo do SAS Portugal, em declarações à IT Insight, publicação "irmã" da Smart Planet. “Também se tem ouvido muito que esta situação causou, pela primeira vez desde a Grande Recessão, um choque simultâneo na procura e oferta, e ninguém estava verdadeiramente preparado para isso”.

Isto significa que é muito difícil fazer previsões – sejam de saúde pública, economia, ou mercado – com base na experiência passada.

Quando uma empresa sabe que vai escoar o que produz, existe uma grande margem de erro, e o modelo just in time é perfeitamente adequado. Numa situação destas, contudo, é necessário saber com certeza e precisão quando é que vai existir de facto procura, para que não se criem despesas de produção sem certeza de retorno, levando a perigosos balanços negativos e despesas adicionais de acumulação de stock – ou, pelo contrário, a incerteza leve à paragem da produção em momentos nos quais a procura seria alta. E isto só pode ser feito através de ferramentas de analítica.

“Nunca, como agora, foi tão importante tentar fazer previsões com base em dados reais e não apenas na intuição e no que aconteceu no passado”, refere.

Adicionalmente, a própria analítica requer adaptação à situação atual. Do ponto de vista metodológico, explica o responsável, está preparada, mas é necessário criar modelos que introduzam novas variáveis – como, mais uma vez, a disfunção procura-oferta, ou os estímulos do Governo, que são altamente distintos de país para país.

“Acho que é muito importante, nesta altura de complexidade e incerteza que estamos a viver, que as organizações passem a incluir fontes de dados novas e externas, que provavelmente não estariam a ser incluídas nos seus modelos. Normalmente, usariam apenas dados próprios ou da sua indústria, mas agora começam a entrar cenários de modelação totalmente novos que requerem novos conjuntos de dados”.

Como tal, o SAS está a trabalhar com os seus clientes para os ajudar a incorporar estes novos dados nos seus processos – como, por exemplo, no tratamento e processamento de tipos completamente novos de dados – de forma a que a empresa tenha a capacidade de se adaptar a este novo contexto com agilidade de resposta e continuidade do negócio.

“Acho que esta situação vai trazer um nível muito maior de consciencialização coletiva sobre a importância de tomar decisões com base em dados”, conclui Ricardo Pires Silva. 

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