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Empregadores nacionais já recrutaram ou estão a recrutar talento verde

Empregadores nacionais já recrutaram ou estão a recrutar talento verde

Estudo revela o impacto da transição verde no mundo do trabalho e indica que 65% dos empregadores nacionais já estão a recrutar talento verde

O processo de transição global para uma economia mais verde e sustentável tem vindo a tornar-se cada vez mais central nas estratégias dos líderes empresariais e decisores políticos, que reconhecem o impacto que esta transformação está já a ter no mundo do trabalho. No entanto, para poderem acompanhar esta tendência e promover um futuro do trabalho mais sustentável, é fundamental que os líderes consigam construir uma estratégia global de talento com competências verdes, que permita tanto às empresas como aos profissionais adaptarem-se aos novos modelos de negócio e necessidades de competências.

Neste sentido, o estudo “Green Business Transformation Whitepaper”, divulgado recentemente pelo ManpowerGroup, revela qual o impacto da transição verde no mundo do trabalho, explorando os principais aceleradores da transição verde e quais as estratégias e desafios das empresas no que respeita à gestão de talento.

“O atual contexto de transição verde está a obrigar as empresas de todos os setores a rever as suas práticas e a avaliar as suas necessidades atuais e futuras de talento. A transição verde assenta na disponibilidade de uma força de trabalho qualificada, capaz de executar estratégias e suportar novos modelos de negócio, mais sustentáveis. Por isso, à medida que as empresas aceleram os seus esforços de sustentabilidade, é fundamental trazer as pessoas nesse processo”, destaca Rui Teixeira, Diretor Geral do ManpowerGroup Portuga, em comunicado.

“Esta é uma atuação indispensável, numa fase em que o talento parece não estar ainda a conseguir acompanhar as rápidas mudanças do mercado no que respeita à transição para uma economia mais verde e sustentável. O investimento na formação e requalificação dos profissionais é fundamental para dotar as empresas das competências verdes necessárias para concretizarem as suas estratégias de ESG, ao mesmo tempo que reforçam a empregabilidade atual e futura dos trabalhadores”, conclui.

O Fórum Económico Mundial prevê que a transição verde das empresas, a nível global, se torne a maior fonte de criação de emprego nos próximos anos. Segundo um estudo da Agência Internacional de Energia, prevê-se que, até 2030, a transição verde crie até 30 milhões de novos empregos. Face a esta tendência, os empregadores estão já a começar a agilizar os seus esforços de aquisição e requalificação de talento verde, com 70% a nível global – e 65% a nível nacional – a afirmar estar já a recrutar ou a planear ativamente recrutar talento verde.

Esta realidade é mais acentuada, a nível global, no setor da Energia e Utilities, com 81% dos empregadores a revelar estar a recrutar talento verde ou a planear fazê-lo, dado o forte crescimento global da produção de energias renováveis. Seguem-se os setores das Tecnologias de Informação (77%) e das Finanças e Imobiliário, com 75%. Em Portugal, esta ordem altera-se, com o setor das Tecnologias de Informação a surgir em primeiro lugar (78%), seguido dos setores das Finanças e Imobiliário (74%) e da Energia e Utilities (71%).

Quanto às funções mais procuradas, os responsáveis de contratação a nível global afirmam que procuram talento verde, de forma mais intensa, para funções de Indústria e Produção (36%), Operações e Logística (31%) e Tecnologias da Informação e Data (30%). No contexto nacional, destacam-se, primeiramente, funções de Operações e Logística (35%) e, posteriormente, de Tecnologias da Informação e Data (33%) e Indústria e Produção (31%).

A transição verde está a ocorrer num período de crescente escassez de talento, com três quartos dos empregadores em todo o mundo a afirmar ter dificuldade em encontrar o talento de que necessitam. No caso das competências verdes, este cenário de escassez de competências é ainda mais acentuado. A nível global, 94% dos empregadores revela não ter o talento necessário para alcançar os seus objetivos ambientais, sociais e de governo corporativo, sendo que em Portugal esta dificuldade é sentida por 91% dos empregadores.

Entre os principais desafios destacam-se fatores como encontrar trabalhadores com as green skills necessárias (44%), criar programas relevantes de requalificação profissional (39%) e identificar competências existentes aplicáveis aos esforços de transição verde (36%).

Apesar das necessidades dos empregadores, o desencontro de talento global é substancial. Segundo dados do LinkedIn Global Green Skills Report 2023, atualmente apenas um em cada oito trabalhadores possui mais do que uma competência verde. Além de um desafio para os empregadores, esta escassez de competências verdes dos profissionais representa também uma grande oportunidade perdida para os trabalhadores. De facto, a taxa média de contratação de profissionais com pelo menos uma competência verde é 29% superior à média da força de trabalho, e o número de ofertas de emprego que requerem pelo menos uma destas competências cresceu 15% no início de 2023 face ao período homólogo do ano anterior.

A escassez de competências verdes é particularmente acentuada em sectores altamente técnicos, como as energias renováveis e o sector automóvel. À medida que a produção nestas indústrias for crescendo, para acompanhar o aumento da procura, é previsível que aumente também o número de funções e a necessidade de competências verdes, acentuando assim os desafios de empregadores.

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