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IA aplicada é das tendências tecnológicas mais difundidas

IA aplicada é das tendências tecnológicas mais difundidas

De acordo com o novo Technology Trends Outlook 2022 do McKinsey Technology Council, que identifica as 14 tendências tecnológicas mais importantes, a IA aplicada vai permitir a utilização de dados para automatizar atividades e melhorar a tomada de decisões

Num contexto em que a tecnologia continua a ser o principal catalisador da mudança global, o McKinsey Technology Council elaborou o relatório “Technology Trends Outlook 2022”, onde apresenta as 14 tendências tecnológicas mais importantes em desenvolvimento e onde identifica os setores-chave onde podem ser aplicadas para criar maiores oportunidades de negócio, renovar mercados, impulsionar a produtividade, estimular o crescimento económico e melhorar a qualidade de vida das pessoas. 

A inteligência artificial (IA) aplicada foi identificada como uma das tendências tecnológicas mais difundidas, em comparação com as restantes. Neste sentido, através da machine learning (ML) ou do processamento de linguagem natural (PLN), será possível utilizar os dados necessários para automatizar as atividades e melhorar a tomada de decisões. De acordo com os resultados, é a tendência mais inovadora do estudo e uma das quatro que tem gerado maior interesse desde 2018, em termos de cobertura noticiosa e pesquisas nos motores de busca. 

As tendências tecnológicas terão um impacto massivo em todos os setores da economia. Além disso, surgirão novas oportunidades de as combinar e criar novas possibilidades de crescimento sustentável”, assegura Duarte Begonha, sócio da McKinsey.

As tendências tecnológicas alinhadas com as prioridades de sustentabilidade, como são exemplo as soluções energéticas solar e eólica, os combustíveis sustentáveis como o hidrogénio, os sistemas de baterias de longa duração e as redes inteligentes, atraíram o maior investimento nos últimos três anos, e mostram um grande impacto em seis ou mais indústrias. 

Ao mesmo tempo, prevê-se que os investimentos anuais no fornecimento e produção de energia possam duplicar até 2035, atingindo aproximadamente 1,5 biliões de dólares. Por sua vez, estes investimentos poderão inclinar-se cada vez mais para as tecnologias não fósseis e de descarbonização. Globalmente, a transição para um futuro de energia limpa provocará mudanças profundas nos setores de produção e consumo de energia. 

Por outro lado, segundo o relatório da McKinsey, as tecnologias autónomas, ligadas, elétricas e inteligentes (ACES), associadas ao futuro da mobilidade, quase duplicaram nos últimos três anos em termos de investimento, interesse e inovação, e são o motor para melhorar a eficiência e sustentabilidade do transporte rodoviário e aéreo de pessoas e mercadorias.  

O futuro do consumo sustentável centrar-se-á na utilização de bens e serviços que são produzidos com um impacto ambiental mínimo, através da utilização de tecnologias de baixo carbono e materiais sustentáveis. Esta é uma tendência com elevada adoção em diferentes setores da economia, uma vez que provou ter um grande impacto em 16 indústrias analisadas, tais como aviação, automóvel e montagem, agricultura e construção, entre outras.

A sustentabilidade junta todas as características necessárias para se posicionar entre as principais tendências do ano. A proteção do ambiente através da procura de energia limpa irá criar novas oportunidades de negócio, aumentar a produtividade económica e melhorar a qualidade de vida das pessoas”, reforça Duarte Begonha.  

Previsivelmente, os setores que serão mais impactados pelas tendências alinhadas com as prioridades de sustentabilidade são a energia elétrica, o gás natural, o petróleo e o gás, e o setor público e social. Com um impacto menor, também beneficiarão com esta realidade os setores automóvel e de montagem, construção e metais, bem como a mineração. 

Outra tendência tecnológica relevante são as mais recentes ferramentas tecnológicas de conectividade avançada, que irão fornecer às redes uma maior cobertura geográfica, menor latência e menor procura de energia. Estas novas ferramentas irão melhorar a experiência do utilizador e terão um elevado impacto em mais de 12 setores, tais como a mobilidade, os cuidados de saúde e a manufatura, entre outros. 

Outra grande tendência é aproveitar os avanços na biologia, combinados com inovações na tecnologia digital, para moldar o futuro da bioengenharia. Como mostram as conclusões do relatório, cerca de 400 casos de utilização da bioengenharia, quase todos cientificamente viáveis, podem ter um impacto económico de 2 a 4 biliões de dólares por ano, entre 2030 e 2040. 

Por outro lado, a Web3 pretende ser uma nova forma de conceber a Internet, que descentralizará a sua autoridade e a redistribuirá aos utilizadores, dando-lhes um maior controlo sobre a forma como os seus dados pessoais são monetizados e uma maior propriedade dos bens digitais. Além disso, a criação de ferramentas técnicas capazes de industrializar o machine learning permitirá às empresas passar de projetos-piloto para produtos comerciais viáveis, resolver “bugs” durante a produção e ultrapassar os limites de capacidade e produtividade das equipas humanas.

Outra tendência destacada pelo relatório da McKinsey diz respeito às tecnologias de realidade imersiva. Através de vários níveis de imersão, fornecidos pela realidade aumentada (RA), realidade virtual (RV) e realidade mista (RM), utilizarão a computação espacial para interpretar o espaço físico e simular objetos e pessoas do mundo real, permitindo a interação em mundos virtuais. Além disso, as plataformas na cloud serão outra tendência para as empresas, e serão equipadas com maiores capacidades de computação e armazenamento, oferecendo um conjunto de serviços cada vez mais abrangente e direcionado para os utilizadores finais.

As tecnologias de arquitetura de confiança (trust architecture) e de identidade digital também surgem de forma proeminente no ranking, uma vez que permitirão às organizações gerir os riscos tecnológicos e de dados, acelerar a inovação e proteger os bens. De acordo com os dados do relatório, o investimento neste tipo de tecnologias duplicou desde 2018, de 17 mil milhões de dólares para 34 mil milhões de dólares investidos em 2021.

O relatório também destaca tendências como a utilização de tecnologias espaciais, tecnologias quânticas e de nova geração. Não se trata de identificar as tendências mais recentes, mas as que estão a atrair maior volume de investimento, as que estão a gerar maior quantidade de pedidos de patentes e as que são capazes de remodelar os mercados e estimular o crescimento económico das companhias”, conclui Duarte Begonha. 

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