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Meios de pagamento digitais vão liderar a economia digital

Meios de pagamento digitais vão liderar a economia digital

Um recente estudo da Minsait mostra como as tendências que irão marcar 2019 estão estreitamente relacionadas com a PSD2 e o Open Banking e iniciativas no âmbito do dinheiro eletrónico, a “segunda vida” dos pagamentos com códigos QR, os meios de pagamento digitais e os pagamentos Imediatos

Os meios de pagamento digitais vão ocupar um papel central no fornecimento de dados para a economia digital nos próximos anos, de acordo com o relatório da Minsait, uma empresa da Indra.

“Embora todos os negócios caminhem no sentido de se converterem numa Data Driven Company (DDC), o negócio dos meios de pagamento foi pioneiro quando adotou um enfoque assente nos dados, para responder às normativas existentes, por um impulso inovador ou por concorrência do mercado”, refere a Minsait.

As novas normativas à volta do Open Banking, e em concreto da PSD2 na Europa, vão marcar o caminho para esta transição nos próximos anos. O Relatório refere ainda, duas linhas de soluções diferentes que vão marcar 2019. Por um lado, um grupo liderado pelo ressurgimento dos códigos QR e o cash-back. Por outro, um conjunto de iniciativas à volta dos meios de pagamento digitais, pagamentos imediatos, dinheiro electrónico e projetos piloto sobre identidade digital assentes em Blockchain.

Estas tendências prestam informação de valor, que é a base da economia digital, e que contribuirá para impulsionar a transição para a economia digital, um modelo de negócio assente na exploração e exportação das estruturas de dados existentes (tradicionais e novas) através de tecnologias disruptivas, como o Big Data ou o Data Science, para identificar novas oportunidades de criação de valor, produtos e serviços, de acordo com a Minsait, a empresa da Indra para os negócios de consultoria em transformação digital e de tecnologias da informação.

O Relatório de Tendências de Meios de Pagamento 2018, da Minsait, apresenta as futuras linhas de ação do mercado e o histórico da evolução em números. O estudo foi realizado com la colaboração de Analistas Financeiros Internacionais (AFI) e contou com as opiniões de vários diretores do sector bancário e clientes da banca em Espanha, Portugal e na América Latina. O relatório está disponível em https://www.minsait.com/es/tendencias-en-medios-de-pago-2018.

O estudo mostra que nos meios de pagamento, a inovação impulsionada pelos novos agentes do sector e as normativas existentes, levaram os PSP (Payment Service Provider) tradicionais a constituírem-se como novas propostas de valor para os clientes. Embora em alguns casos estejam a começar a definir o perímetro dos dados que possuem, noutros já estão muito avançados em inovação, e aproximam-se do conceito Open Banking.

Também se confirma o “renascimento” dos códigos QR, que já estão a ser utilizados de forma massiva em muitos países, tendo em conta que resolve carências de infraestrutura e ligações. A sua aceitação é muito significativa em mercados que apresentam um aumento do dinheiro electrónico.

De acordo com o relatório, as alterações normativas levadas a cabo em 2018 vão permitir que em 2019 surjam novos atores e se desenvolvam modelos de negócio inovadores no âmbito digital para criar valor a partir dos dados.

O futuro dos meios de pagamento também está condicionado pela implementação de novos modelos de bancos digitais. O relatório refere que se está a intensificar a associação de entidades bancárias com as Fintech especializadas na provisão de financiamento ao consumo.

 

Portugal quase duplicou a faturação de compras online desde 2012

O crescimento contínuo do comércio eletrónico em todos os países atua como um elemento dinamizador da transformação digital, pois leva-nos para novas formas de banca online e à necessária omnicanalidade nos pagamentos. Os cartões de crédito ou débito continuam a ser o veículo de compra por excelência na rede.

Portugal apresenta uma elevada taxa de compradores online, 95,1% da população, com conta bancária e acesso à Internet, já realizaram compras online. De acordo com informações do Banco de Portugal, em 2017 as transações electrónicas atingiram um volume de 4.600 milhões de euros, com um crescimento médio anual entre 2012 e 2017 de 18,1%. Os meios de pagamento preferidos pelos portugueses para as compras online são os cartões 54,4%, seguidos dos pagamentos por transferência 21,2%.

Os pagamentos com cartão representam 26% do valor das operações de pagamento em Portugal, registando-se um crescimento considerável na adesão aos cartões de débito, que em 2017 aumentaram 4,1%, verificando-se um crescimento muito inferior nos cartões de crédito, de apenas 0,5%. O estudo da Minsait refere ainda que em Portugal existem 2,4 cartões de débito por cada cartão de crédito, que em média cada cliente bancário português tem 2,5 cartões.

Neste relatório Portugal destaca-se, ainda, como o país que conhece mais app’s de pagamento com telemóvel, 63,4% dos clientes bancários portugueses, conhecem app’s para pagamento com telemóvel em estabelecimentos comerciais e 32,4% utilizam-mas, e 71% conhecem app´s para pagamento com telemóvel entre particulares e 42,8% utilizam-nas, sendo Portugal o país, deste estudo, que mais utiliza este meio de pagamento entre particulares.

Em relação aos pagamentos em POS também aumenta o valor das operações transacionadas em relação aos levantamentos em ATM. Em Portugal, os POS nos estabelecimentos comerciais registam um valor medio diário de 606 USD por cada POS instalado, com um consumo medio por operação de 60 USD. De salientar que os POS em Portugal realizam mais do dobro das transações realizadas em Espanha.

O valor das operações de pagamento com cartões em POS já supera de forma sistemática o valor do levantamento com cartões nos ATM’s, com um rácio de 1,6, e a tendência é para se manter.

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