O projeto prevê um investimento de mais de 3,3 milhões de euros e é liderado pela NOS, em parceria com a ULS São João, o INEM e a ULSAM. O 5G Healthcare vai disponibilizar a infraestrutura para a implementação de seis casos de uso, que pretendem demonstrar a aplicação da tecnologia 5G na transformação do sector da saúde, quer a nível nacional, quer europeu, com o objetivo de melhorar significativamente os cuidados a prestar à comunidade.
Os seis casos vão evidenciar as características diferenciadoras da tecnologia 5G, nomeadamente a elevada capacidade de transmissão de dados, a resposta instantânea (baixas latências) e o volume de ligações em simultâneo.
Jorge Graça, Chief Technology and Information Officer da NOS, sublinhou: “A tecnologia apenas tem valor quando responde a necessidades reais das pessoas. Aquilo que pretendemos fazer com este projeto foi precisamente isso, colocar o 5G ao serviço de uma das áreas mais importantes na nossa vida, a saúde, sempre com a preocupação de manter os utentes no centro de tudo. Acreditamos que esta tecnologia irá promover o acesso a um conjunto de aplicações inovadoras que permitam melhorar o acesso das pessoas a mais e melhor saúde.”
Sobre os Casos de Uso
- Veículos de emergência médica conectados – transmissão em tempo real de sinais vitais e vídeo de alta resolução entre os veículos de emergência e o centro de apoio do INEM e o Hospital de São João. Para além de melhorar e acelerar os diagnósticos e tratamentos, vai permitir ao pessoal médico preparar-se melhor para receber cada paciente e agilizar processos administrativos. Esta solução deverá cobrir mais de 440 mil pessoas numa área de 200 quilómetros quadrados.
- Transmissão em vídeo de cirurgias robóticas – transmissão em tempo real de cirurgias robóticas usando o sistema DaVinci de laparoscopia. Cirurgiões, peritos e estudantes poderão seguir estas intervenções, melhorando a curva de aprendizagem e os resultados da cirurgia, e reduzindo o risco de infeções na sala de operações.
- Telemedicina – reforço dos processos e infraestruturas de apoio à telemedicina. Profissionais de saúde poderão aceder aos dados clínicos dos utentes tem empo real, realizar consultas à distância em perfeita qualidade ou apoiar os pacientes mesmo que à distância, sem necessidade de deslocações desnecessárias ao hospital.
- Monitorização de saúde – rede de monitorização de saúde, usando dispositivos 5G colocados nas casas dos pacientes. Sensores monitorizarão em tempo real indicadores como temperatura, tensão, níveis de glicose ou oxigénio e emitirão um alarme, no caso de algum valor fora do normal. Deverão ser monitorizadas cerca de 250 pessoas.
- Realidade virtual aplicada aos cuidados intensivos – realidade virtual, baseada em 5G, usada como terapia não farmacológica em pacientes que estejam acordados nos cuidados intensivos. Prevê-se que este tratamento possa reduzir níveis de ansiedade, depressão e stress nos pacientes bem como que possa melhorar o processo de reabilitação, reinserção e qualidade de vida do doente, após o regresso a casa. Prevê-se a aplicação desta solução em 100 pacientes.
- Diagnósticos remotos – Processo remoto de anatomia patológica, através da digitalização de amostras de tecidos. Através da conetividade 5G prevê-se que se consiga imagens de maior qualidade e mais elaboradas, contribuindo para um diagnóstico mais rápido, seguro e efetivo. Pretende-se usar este método em 200 diagnósticos por ano, reduzindo o tempo necessário em 50%.
Esta iniciativa foi aprovada no âmbito do mecanismo Connecting Europe Facility (CEF), no pilar Digital, no âmbito da medida “5G for Smart Communities”, tendo sido selecionada a par de 9 outras propostas em território europeu.
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