No final da próxima década, a digitalização será o principal motor do progresso no mundo, uma tendência que já se começar a consolidar. O aumento da utilização generalizada da internet e da transformação digital das empresas tem influenciado o crescimento de compradores online. A que se acresce a transformação acelerada que o impacto da pandemia promoveu junto dos negócios, uma transformação que, em muitos casos, alterou o próprio modelo de negócio de cada empresa, com base na evolução das tecnologias digitais.
Esta transformação poderá aumentar ainda mais graças ao impacto positivo dos recursos e reformas previstas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Espera-se que o investimento na digitalização seja também uma ferramenta de relevo para enfrentar o desafio do aquecimento global e para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Os seis “hot topics” para o próximo triénio:
- Em primeiro lugar, a inteligência artificial: segundo a Gartner, 70% das organizações terão arquiteturas AI operacionais até 2025. Em Portugal, o mercado AI/Cognitivo terá a maior taxa de crescimento entre os principais promotores tecnológicos. A sua aplicação específica, por exemplo, aos canais de contacto entre empresas, instituições e cidadãos poderá revolucionar os atuais modelos de relacionamento que alimentam as trocas económicas, avançando para os chamados Centros de Experiência Cognitiva integrados e inteligentes.
- Em segundo lugar, os sistemas avançados de recolha, processamento e análise de grandes quantidades de dados. O impacto do Big Data e da análise avançada nos negócios será decisivo nos próximos trinta anos. Segundo as estimativas da Minsait, baseadas em exemplos reais, a aplicação de Data Intelligence à otimização de campanhas de marketing - através de customer analytics, micro-segmentação e otimização do mix de investimentos publicitários - poderá gerar um aumento de vendas. Da mesma forma, a exploração de dados no desenvolvimento de novos produtos, cada vez mais personalizados, pode também gerar aumentos de vendas, bem como a criação de sistemas de preços dinâmicos e inteligentes, adaptados em tempo real.
- Em terceiro lugar - e permitido em parte pelas duas primeiras tecnologias destacadas – a Minsait destaca a automatização de processos através de tecnologias de Intelligent Process Automation, baseadas em sistemas de robotização com inteligência artificial. A hiper-automatização é um fator diferencial destinado a tornar-se cada vez mais importante nas estratégias inovadoras das empresas, sendo capaz de gerar melhorias substanciais em termos de eficiência operacional e de serviço ao cliente. Estudos da Gartner referem que, até 2022, 65% das organizações que implementaram a automatização de processos robóticos (RPA) utilizarão inteligência artificial, incluindo machine learning, processamento de linguagem natural e low code. E, e até 2024, a combinação destas tecnologias e a reconfiguração de processos permitirá às organizações reduzir os seus custos operacionais em 30%.
- A quarta área tecnológica com maior impacto nos próximos três anos será a dos algoritmos 'Quantum Inspired'. Embora a Quantum Computing ainda não tenha atingido um nível suficiente de maturidade, escalabilidade, fiabilidade e implementação, já existem aplicações de algoritmos quânticos que estão a gerar oportunidades em áreas como a energia e as finanças. Este potencial da computação quântica está a alimentar estimativas crescentes de valor de mercado: a MarketsandMarkets prevê um crescimento global muito significativo, de 472 milhões de dólares em 2021 para 1,76 mil milhões em 2026, com uma taxa de crescimento anual composta de 30,2% durante este período.
- A quinta tendência identificada pela Minsait é a migração para a nuvem. A Cloud Migration, o processo das empresas que se deslocam para a nuvem, está a massificar-se. Este caminho teve um forte impulso durante a pandemia de Covid-19, na qual a nuvem se tornou um forte potenciador da continuidade e evolução dos serviços e atividades de empresas e organizações.
- Finalmente, a Cibersegurança, como resposta ao aumento exponencial dos ataques cibernéticos. Apesar da crescente sensibilização para o aumento do risco e do investimento, muitas empresas portuguesas ainda carecem de estratégias bem definidas e integradas ao nível da cibersegurança. Nesta área, será necessário passar de uma abordagem tática para uma abordagem estratégica, considerando a cibersegurança como um facilitador de negócios e incorporando na proposta de valor uma componente de segurança diferencial para empresas e cidadãos.
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