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Sustainable Future Forum debate impacto dos relatórios de sustentabilidade nas PMEs

Sustainable Future Forum debate impacto dos relatórios de sustentabilidade nas PMEs

A Diretiva para o Reporte de Sustentabilidade Corporativo esteve em cima da mesa na 8a edição do Sustainable Future Forum, evento anual organizado pelo BNP Paribas, que reuniu líderes empresariais, investidores, organizações e reguladores de diferentes setores

As exigências de Reporte de Sustentabilidade Corporativo a que todas as grandes empresas - cotadas e não cotadas - terão de responder no futuro próximo poderão igualmente representar uma oportunidade para as PME’s, que compõem grande parte do tecido empresarial português, na transição para uma economia e sociedade mais sustentáveis.

O assunto esteve em cima da mesa na 8a edição do Sustainable Future Forum, evento anual organizado pelo BNP Paribas, que reuniu líderes empresariais, investidores, organizações e reguladores de diferentes setores.

Este ano discutiu-se a implementação da Diretiva para o Reporte de Sustentabilidade Corporativo (CSRD) e as obrigações regulatórias ligadas ao Green Deal da União Europeia que, até 2027, afetarão todas as empresas cotadas, criando a necessidade de divulgar publicamente, de forma regular, os riscos e os impactos a nível ambiental e social.

O debate contou com a presença de Ana Jantarada, Head of Sustainability Center Portugal do BNP Paribas, Vanda Cascão, sócia da sociedade de advogados Vieira de Almeida, e Tiago Carrilho, Head of Sustainability Training do Business Council for Sustainable Development Portugal.

Apesar de não estarem obrigadas desde já, as Pequenas e Médias Empresas cotadas serão igualmente abrangidas pelas alterações regulatórias e, de forma geral, todas as PME’s no âmbito da sua participação na cadeia de valor de grandes empresas. Na prática, as empresas de maior dimensão com que se relacionam terão de mapear os impactos ao longo de toda a cadeia de valor, a montante e a jusante.

Ana Jantarada, Head of Sustainability Center Portugal do BNP Paribas, ressalvou durante o debate: “É preciso um trabalho de parceria. (...) Acredito que com as PME’s isso vai ser ainda mais importante. É importante começar antes, explicar-lhes o que é que isto envolve, o que vão ser obrigados a fazer, o que é que as próprias empresas listadas lhes vão pedir porque vão fazer parte da sua cadeia de valor e vão necessitar disso mais rapidamente. Acredito que as instituições financeiras devem passar a ter um papel de advisor: deixarem de ser pura e simplesmente financiadores.”

Para muitas PME’s, o grau de envolvimento e capacidade de produzir a informação necessária será crítico, para garantir a manutenção dos seus atuais clientes e, eventualmente, conquistarem novos, na medida em que as grandes empresas selecionarão os seus fornecedores com base na sua performance em critérios ambientais, sociais e de governação (ESG).

“A solução é não parar. Trabalhar e pedir o apoio financeiro, operacional, jurídico, a nível de recursos humanos, e das associações. (...) Penso que as empresas, neste mundo global e competitivo, sabem que não podem parar. Nesse sentido, junto à transformação digital é preciso a transformação sustentável”, acrescentou Vanda Cascão, sócia da Vieira de Almeida.

Por outro lado, Tiago Carrilho, Head of Sustainability Training do Business Council for Sustainable Development (BCSD) Portugal, lembrou que as PME’s que se envolverem de forma proativa no caminho para a sustentabilidade enfrentarão custos adicionais, mas também estarão na linha da frente e poderão beneficiar de uma vantagem competitiva, perante um universo de consumidores cada vez mais eco responsáveis.

“Algumas PME’s já fazem coisas muito boas só que ainda não sabem porque o conhecimento ainda não lhes chegou. (...) As empresas têm de percorrer o seu caminho ao seu ritmo, mas deverão fazê-lo o mais depressa possível e olhando para isto mesmo como uma oportunidade”, referiu Tiago Carrilho.

Todos foram unânimes em salientar a necessidade de apostar na capacitação dos recursos humanos e na criação de parcerias com diferentes stakeholders, por forma a as empresas poderem ultrapassar a complexidade regulatória com que se deverão deparar, assim que começarem a preparar e a reportar informação sobre as suas práticas e impactos.

O Sustainable Future Forum é um encontro anual do Grupo BNP Paribas. Na sua edição de 2023, o evento vai contar com 16 conferências presenciais, organizadas em países dos cinco continentes, durante um período de três semanas, com a participação de líderes reconhecidos em cada uma das suas áreas de expertise para ajudar na discussão e a encontrar as soluções certas à altura do desafio que enfrentamos, na criação de um mundo mais sustentável.

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