Com a Estratégia Europeia de Segurança Económica, Bruxelas pretende proibir o fabrico em “outsourcing”, especialmente de tecnologias como a computação quântica, a IA e semicondutores avançados
A União Europeia vai impedir que as empresas europeias fabriquem tecnologia considerada sensível como os supercomputadores, inteligência artificial e microchips avançados em países como a China. A informação, avançada inicialmente pelo ‘Politico’, foi confirmada pela Comissão Europeia esta terça-feira. Segundo a publicação, com a Estratégia Europeia de Segurança Económica, Bruxelas vai ter maior poder de intervenção na forma como as empresas europeias investem noutros países fora dos 27, potencialmente mais problemáticos A proposta da União Europeia centra-se em três domínios, entre eles a análise do investimento de entrada, a maior cooperação no que diz respeito ao controlo das exportações e a triagem de investimentos outbound. Em cima da mesa pode estar ainda a possibilidade de uma lei para impedir que as empresas transfiram as cadeias de abastecimento destas tecnologias avançadas para autocracias, visto que tal ação poderá colocar em risco a propriedade intelectual e a segurança nacional europeias. Ainda que não se refira especificamente à China, o documento tem na mira a China e a Rússia. Apesar de o Japão ter já avançado com uma medida semelhante, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sublinhou que “a Europa torna-se a primeira grande economia a definir uma estratégia de segurança económica”. No entanto, von der Leyen reforçou a importância da China como parceiro-chave nos atuais desafios globais, com Josep Borrell, chefe da diplomacia da UE, a garantir que o bloco europeu não está num “clima de confrontação” com a China. O documento refere-se ainda especificamente à computação quântica, à IA e aos semicondutores avançados como áreas em que a UE deveria evitar “outsourcing”. As propostas serão agora sujeitas à discussão entre os chefes de Governo e dos Estados Membros da UE já na cimeira dos próximos dias 29 e 30 de junho. No entanto, o documento está já a deixar vários países do bloco europeu apreensivos com o impacto no investimento. |