Apesar das difíceis condições económicas e do enfraquecimento de alguns mercados, as vendas e o resultado de 2018 voltaram a atingir os níveis recorde do ano anterior, com desenvolvimentos nas áreas da automação, eletrificação e inteligência artificial
De acordo com dados preliminares, as operações do Grupo Bosch geraram vendas de 77,9 mil milhões de euros no ano passado, com um crescimento ano-a-ano de 4,3%. Em 2018, a Bosch vendeu um total de 52 milhões de produtos com conectividade, 37% a mais do que no ano anterior. "A Bosch pretende desenvolver-se a bom ritmo e garantir resultados positivos de forma continua, apesar de se anteverem alguns desafios económicos", adiantou Stefan Asenkerschbaumer, vice-presidente do conselho de administração e diretor financeiro. “Planeamos tornar todos as nossas áreas de negócios ainda mais competitivas para que possamos financiar a expansão de nossa liderança em tecnologia e, com ela, o futuro de nossa empresa.”
Automação I: Investimentos iniciais rondam os 4 mil milhões de eurosUm ponto estratégico do trabalho de investigação e desenvolvimento da empresa é a condução autónoma. Como parte do movimento que culminará com a mobilidade livre de acidentes, a Bosch trabalha em dois eixos de desenvolvimento. O primeiro diz respeito aos sistemas de assistência ao condutor, em que a Bosch já é líder de mercado, e que permitirão a condução parcialmente autónoma em veículos particulares (níveis de automação 2 e 3). Neste domínio, a empresa espera gerar vendas de 2 mil milhões de euros este ano e aumentar a importância dos sistemas de assistência ao condutor, nos resultados finais. O segundo eixo de desenvolvimento tornará possível condução totalmente autónoma já no início da próxima década (níveis de automação 4 e 5). “A condução totalmente autónoma será um fator de mudança para a mobilidade individual. Abrirá as portas a modelos de negócios disruptivos, como a robótica e a mobilidade baseada em táxis autónomos e transportes partilhados”, afirmou Volkmar Denner, presidente do conselho de administração, que vê na complexidade técnica da automação um ponto estratégico de investimento: “Só no período entre 2019 e 2022, esperamos que os nossos investimentos iniciais totalizem 4 mil milhões de euros.” Cerca de 4.000 engenheiros da Bosch já trabalham em exclusivo para uma mobilidade totalmente autónoma.
Automação II: ecossistema compreensivo para serviços de mobilidadeO potencial de mercado da condução autónoma é enorme: entre 2015 e 2030, a mobilidade pessoal aumentará em 50%. Nos próximos dez anos, os analistas esperam que o mercado de hardware e software para a condução autónoma represente cerca de 60 mil milhões de dólares. Em 2025, a maioria dos 2,5 milhões de autocarros de transporte público a circularem por todo o mundo não terá condutor. Os especialistas preveem ainda que até 2035, as vendas relacionadas com mobilidade partilhada atingirão cerca de 160 mil milhões de dólares. A Bosch está preparada para oferecer tecnologia e serviços para essa forma de mobilidade e o seu ecossistema para serviços de mobilidade já combina soluções e serviços para reservas, pagamento, estacionamento, recarga, gestão, manutenção e infotainment. Um desses serviços é o Convenience Charging, uma solução de navegação e recarga conectada para veículos elétricos. As nossas soluções conectadas permitem tornar a eletromobilidade adequada para o uso diário", concluiu Volkmar Denner.
Eletrificação I: liderança no mercado globalEm 2018, a Bosch concluiu 30 projetos de eletromobilidade no valor de vários milhares de milhões de euros. Até 2025, a empresa pretende aumentar dez vezes as suas vendas nesta área, para um total de 5 mil milhões de euros. "O nosso objetivo é liderar o mercado da eletromobilidade", afirmou Volkmar Denner. No setor de eletromobilidade, nenhuma empresa é tão amplamente diversificada como a Bosch. Eletrificamos todos os tipos de transmissões, desde bicicletas até camiões. Hoje, por exemplo, mais de um milhão de carros em todo o mundo estão equipados com componentes elétricos ou híbridos da Bosch. "No futuro, as pessoas dirão que não há carro elétrico no planeta sem uma pegada de Bosch dentro". Isto aplica-se especialmente à China, o maior mercado de eletromobilidade do mundo, onde a Bosch já lidera o segmento de carros de passageiros. A empresa firmou recentemente uma parceria estratégica para a condução autónoma e elétrica com a fabricante chinesa de carros elétricos NIO. Na China, a Bosch também iniciará a produção em 2019 do e-axle, uma solução para transmissão para carros elétricos especialmente compacta. Para além disso, uma bateria de 48 volts recentemente desenvolvida entrou em produção em massa há algumas semanas. Já em 2030, 20% dos carros novos em todo o mundo serão parcialmente eletrificados com sistemas de 48 volts.
Eletrificação II: eletrificar o transporte de mercadoriasAté 2030, o tráfego global de bens quase que duplicará. “Queremos que os camiões sejam o transporte de carga mais eficaz, mas ao mesmo tempo ecológicos e eficientes. A chave passa igualmente pela eletrificação”, disse Volkmar Denner. Já em 2030, um em cada quatro novos veículos comerciais em todo o mundo - quase um em cada três na China - será alimentado eletricamente, pelo menos parcialmente. Para a Bosch este cenário é muito positivo: o portfólio de produtos da empresa para o transporte de bens de forma ecológica e eficiente inclui pacotes de energia de 36 volts para e-bikes de carga, motores elétricos para veículos comerciais leves como as StreetScooters dos serviços de correio alemães, eixos elétricos para veículos comerciais ligeiros e eixos para semirreboques e, no futuro, motores de células de combustível para camiões de 40 toneladas. "Seja parcialmente elétrico, totalmente elétrico, alimentado por baterias ou através de células de combustível, estamos prontos para o mercado", concluiu Volkmar Denner.
Inteligência Artificial I: Área estratégicaVolkmar Denner acredita que, no futuro, uma área estratégica de especialização será a aplicação industrial da inteligência artificial. “Em meados da próxima década, queremos que todos os nossos produtos estejam equipados com IA, ou que a IA tenha desempenhado um papel fundamental no seu desenvolvimento e fabricação. É verdade que as empresas americanas e chinesas dominam a IA na indústria de bens de consumo", afirmou Denner, "mas sem o seu domínio do ponto de vista do tráfego, da produção e dos próprios edifícios, o seu potencial ficará subaproveitado." Denner concluiu dizendo que a Bosch estabeleceu metas ambiciosas para si mesma: “Como líder em inovação, queremos dominar a IA de forma independente e só depois partilhar o nosso conhecimento com outras empresas.” Para isso, a Bosch planeia quadruplicar o número de especialistas internos em IA de 1.000 para 4.000 até 2021.
Inteligência Artificial II: sucesso no espaço e na estradaOs colaboradores do Centro Bosch de Inteligência Artificial estão a trabalhar em quase 150 projetos. Um deles é o sistema de sensores SoundSee. “O algoritmo SoundSee, baseado em machine learning, utiliza os dados recolhidos para “ouvir” se alguma coisa está danificada,” explica Denner. Isso permite prever com precisão danos em máquinas, o que, por sua vez, reduz os custos de manutenção e aumenta a produtividade. A solução SoundSee será enviada para a Estação Espacial Internacional em maio deste ano. Esta é uma solução com possíveis aplicações comerciais na fabricação, construção e engenharia automóvel. Outro exemplo da evolução da Inteligência Artificial é uma câmara multifuncional para condução autónoma que combina algoritmos de processamento de imagem com métodos de IA. O resultado é uma câmara inteligente para o carro que pode, por exemplo, identificar peões e reconhecer de forma preditiva o seu comportamento.
Formação: Learning Company e “Bosch Tube”A cada ano, a Bosch investe cerca de 250 milhões de euros em formação profissional para os seus colaboradores, entre cerca de 19.000 programas diferentes. O objetivo é transmitir conhecimento para garantir que os colaboradores estejam prontos e dispostos a entrar em novas áreas de negócios. Além disso, a iniciativa Bosch Learning Company integra a aprendizagem com rotinas diárias dos colaboradores. Novas ofertas, como vídeo-aulas ou aplicações para aprender em viagem, complementam os cursos presenciais tradicionais. “A iniciativa Bosch Learning Company estimula os colaboradores a assumirem responsabilidade pela sua própria aprendizagem e a seguirem o seu próprio ritmo”, afirmou Volkmar Denner. Neste sentido, lançamos uma nova plataforma: o “Bosch Tube” - uma espécie de YouTube para colaboradores da Bosch. Podem criar os próprios tutoriais em vídeo e enviá-los para o Bosch Tube, que também contém todo o conteúdo de sessões de aulas em vídeo.
Agilidade: sede corporativa com um objetivo comumNo início do ano, a Bosch reformulou a forma como sua sede corporativa trabalha com as unidades operacionais. “A ideia é que a matriz ofereça o suporte ideal às nossas divisões, à medida que elas transformam as soluções de mobilidade e os negócios de conectividade da IoT”, garantiu Volkmar Denner. Para isso, a Bosch simplificou as estruturas em áreas de serviços corporativos, como compras e recursos humanos, e consolidou 40 departamentos corporativos em 20. A partir de agora, quatro membros do conselho administrativo serão responsáveis por eles, em vez de oito. Os outros membros do conselho de administração serão responsáveis pelas unidades operacionais. Um total de cerca de 20.000 colaboradores da Bosch trabalham em funções corporativas, como compras, finanças, RH e TI.
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