A TomTom divulgou recentemente os resultados do TomTom Traffic Index 2020, relatório que analisa o congestionamento de trânsito em 416 cidades de 57 países, pondo Lisboa no topo das cidades ibéricas mais congestionadas pelo quarto ano consecutivo
Já na sua nona edição, o TomTom Traffic Index baseia-se na percentagem do nível de congestionamento, que representa o tempo adicional de viagem que os condutores passam na estrada durante um ano. O estudo começa por analisar os tempos de viagem em condições sem trânsito em várias partes das cidades. Depois, são analisados os tempos de viagem no ano inteiro (24 horas por dia, 7 dias por semana) em cada cidade – e a informação é comparada com os períodos sem trânsito, de forma a estimar o tempo de viagem adicional. Ou seja, um nível de congestionamento de 36% significa que o tempo adicional de viagem é 36% superior à média do tempo de viagem sem trânsito. Em 2019, Lisboa foi pela quarta vez consecutiva, a cidade com mais trânsito da Península Ibérica, acima de grandes cidades espanholas como Madrid ou Barcelona. Com uma percentagem de 33% no que diz respeito ao congestionamento, os lisboetas passam cerca de 43 minutos no trânsito diariamente, o que perfaz um total de 158 horas por ano. O índice de tráfego aumentou em relação ao ano passado, mas a capital portuguesa acabou por descer quatro lugares no ranking, ocupando agora a 81º posição a nível mundial. O Porto também viu o seu índice de tráfego aumentado, tendo subido 3 pontos percentuais em relação ao ano passado, e subindo 13 lugares no ranking, ocupando a posição 108. Ainda assim, com um índice de 31%, mantém-se inferior ao de Lisboa. Na invicta, os condutores perdem 39 minutos no trânsito, somando um total de cerca 154 horas anuais. O final do dia de sexta-feira (entre as 18h e as 19h) acarreta os principais problemas de congestionamento de trânsito, tanto em Lisboa como no Porto. Analisando os níveis de tráfego nas autoestradas, estes situam-se nos 23% em Lisboa e 21% no Porto. Já nas vias secundárias, o congestionamento aumenta para 34% em Lisboa e 36% no Porto, registando, respetivamente, uma subida de 1 e 3 pontos percentuais em relação ao ano passado. Além das duas principais cidades portuguesas, o TomTom Traffic Index englobou as cidades do Funchal (17%, 351ª posição), Braga (18%, 334ª posição) e Coimbra (15%, 375ª posição), sendo que todas elas registaram um aumento na percentagem de tráfego. De acordo com o relatório da TomTom, no Funchal e em Braga, os condutores passam uma média de 22 e 24 minutos por dia no trânsito, respetivamente, e 18 minutos em Coimbra. Tal como acontece em Lisboa e no Porto, o período de maior congestionamento é ao final do dia, sendo que neste caso, o dia da semana mais congestionado regista uma maior variação.
O trânsito no mundoO ranking mundial volta a ser liderado por uma cidade indiana. Em 2019, Bengaluru encabeçou o pódio, com os condutores da cidade indiana a passarem 71% de tempo adicional no trânsito. Segue-se a capital das Filipinas, Manila (71%), Bogotá, na Colômbia (68%), a cidade mais congestionada de 2018, Bombaim, (65%) e Pune, também na Índia (58%), completando assim o top 5 das cidades com mais trânsito do mundo. Moscovo volta a liderar a lista europeia (59%) e Istambul (55%) precede-o mais uma vez, com Kiev (53%), Bucareste (52%) e São Petersburgo (49%) a seguir. As cidades de Bruxelas (37%), Londres (37%) e Paris (36%) ocupam a 11º, 12º e 13º posição, respetivamente. Grandes capitais como Paris (39%), Roma (38%) e Londres (38%) ficaram em 14º, 15º, e 17º respetivamente*. Já na América do Norte, as cinco cidades mais congestionadas são Los Angeles (42%), Nova Iorque (37%), São Francisco (36%), San Jose (33%) e Seattle (31%). O congestionamento de trânsito aumentou em todo o mundo na última década e 239 das cidades (57%) analisadas pelo TomTom Traffic Index aumentaram os seus níveis de congestionamento entre 2018 e 2019, sendo que apenas 63 cidades registaram diminuições mensuráveis. Este aumento no congestionamento, apesar de ser um indicador de uma economia forte, também custa muitos milhões à economia. "A nível internacional, há ainda um grande caminho a percorrer até os níveis de congestionamento estarem controlados. Com o tempo, a ascensão dos veículos autónomos e serviços de car-sharing vão ajudar a aliviar a intensidade do tráfego, mas os decisores não podem ficar à espera para agir", comenta Ralf-Peter Schaefer, vice-presidente de informações de trânsito da TomTom. "Precisam de usar todas as ferramentas disponíveis ao seu alcance para analisar níveis de tráfego e o impacto que estes têm, para que possam tomar decisões acerca das infraestruturas projetam. Os condutores também desempenham um papel importante. Pequenas mudanças no comportamento podem fazer uma grande diferença”. |