A TomTom acaba de lançar a mais recente edição do TomTom Traffic Index, relatório anual que oferece uma análise detalhada do trânsito em 2020 em mais de 400 cidades de 57 países, tendo-se verificado uma quebra generalizada do congestionamento devido às medidas de confinamento
A TomTom acaba de lançar a mais recente edição do TomTom Traffic Index, um relatório anual que oferece uma análise detalhada do trânsito em 2020 em mais de 400 cidades de 57 países. Apesar do ranking das cidades mais congestionadas do mundo não ter mudado muito em comparação com 2019, a grande mudança é a forma como os níveis de congestionamento caíram devido à pandemia global. Em Portugal, todas as cidades sofreram uma redução dos níveis de trânsito, mas Lisboa sofreu a maior queda (-10 pontos percentuais, o que corresponde a uma quebra de 30%). Com dados provenientes de mais de 600 milhões de veículos conectados por todo o mundo (através de sistemas de navegação em smartphones, ou integrados), os dados da TomTom constituem um barómetro de mobilidade urbana único, tornando possível, entre outras coisas, medir o dinamismo da atividade económica de uma cidade ou país. Desde o início da pandemia de Covid-19, analistas, empresas e governos têm vindo a utilizar os dados da TomTom para compreender o mundo em mudança.
O trânsito em Portugal, em 2020Em 2020, o nível de congestionamento em Lisboa foi de 23%, mas durante a grande maioria do ano, o trânsito foi muito pouco intenso. Janeiro e fevereiro foram os meses mais difíceis para os condutores, mas com o início do confinamento a meio de março, a agitação nas estradas começou a cair. Até junho, o nível de congestionamento não foi superior a 13%. No entanto, a partir de setembro, o trânsito começou a aumentar, à medida que as medidas de restrição foram sendo aliviadas. Em média, na capital, os condutores passaram um tempo extra de 13 minutos na hora de ponta de manhã (-35%) e 15 minutos na hora de ponta da tarde (-34%), em comparação com os 20 e 23 minutos despendidos em 2019, respetivamente. Apesar de ter registado uma grande quebra, Lisboa ocupa a posição 139 no ranking, acima de grandes cidades como Shangai (152º), Barcelona (164º), Toronto (168º), São Francisco (169º) ou Madrid (316º). A análise do trânsito durante o ano de 2020 permite-nos verificar que as 5 cidades portuguesas observadas pelo TomTom Traffic Index registaram uma diminuição no congestionamento durante o ano em que a pandemia de Covid-19 se espalhou por toda a Europa. Com quebras atípicas nos valores do tráfego rodoviário, Porto e Lisboa mantiveram-se no pódio das cidades onde o trânsito é mais difícil para os condutores. Já no ranking mundial, posicionam-se acima da média tendo as estradas mais congestionadas da Península Ibérica. O Porto subiu ao primeiro lugar das cidades portuguesas mais congestionadas de 2020, com níveis de congestionamento médios de 24%. Ainda assim, este valor representa uma quebra de -23% em relação a 2019 (31%). Já a capital registou a maior quebra: 30% (-10 pontos, de 33 para 23), passando da 1ª para a 2ª posição no ranking português. Neste ano atípico, as horas de ponta foram sistematicamente menos congestionados desde março, em comparação com os mesmos períodos de 2019. A queda foi mais significativa em abril, quando o confinamento atingiu o seu ponto mais alto, sendo que o congestionamento médio mensal nas horas de ponta da tarde chegou a registar valores 84% menores em abril de 2020, em comparação com abril de 2019. O dia mais congestionado de Portugal foi atingido no Porto e em Lisboa nos dias 30 e 31 de janeiro, uma quinta e sexta-feira, respetivamente. Ainda antes de quaisquer medidas restritivas da circulação, o nível de congestionamento atingiu uma média de 59% nestes dias. No Funchal, a cidade menos congestionada de 2020 em Portugal (e 375º/416 no mundo), o trânsito diminuiu em todos os meses face ao período homólogo de 2019. O ranking mundial não registou grandes mudanças em relação ao que foi verificado em 2019, embora tenha havido quedas significativas nos congestionamentos nas cidades da Europa, América e Ásia. Por exemplo, Bangalore (Índia), apesar de ser a cidade que mais reduziu o seu congestionamento no mundo (20%), continua no top 10 das cidades mais congestionadas a nível global, após atingir 51% de média durante 2020. Também se confirma a preponderância de cidades asiáticas e do leste europeu no ranking, como as urbes da Rússia, Ucrânia ou Turquia. No caso das principais cidades europeias, a lista é composta justamente por cidades dessas latitudes, fechando a lista Samara, na Rússia, com um congestionamento de 41%, número bem acima dos números registados em território nacional. Deve-se notar que, em todo o mundo, apenas 13 cidades viram os seus níveis de congestionamento aumentar em relação aos números de 2019: Chongqing (China) + 1%, Dnipro (Ucrânia) + 1%, Taipei (Taiwan) + 2%, Changchun (China) + 4%, Taichung (Taiwan) + 1%, Taoyuang (Taiwan) + 4%, Tainan (Taiwan) + 1%, Izmir (Turquia) + 1%, Ana (Turquia) +1 %, Gaziantep (Turquia) + 1%, Leuven (Bélgica) +1, Tauranga (Nova Zelândia) + 1% e Wollongong (Nova Zelândia) + 1%.
Como podemos melhorar a mobilidade?Além de classificar as cidades pelo seu nível de congestionamento em critérios semelhantes, o relatório do TomTom Traffic Index oferece uma visão geral de como a pandemia global influenciou a mobilidade nas estradas. Ralf-Peter Schäfer, vice-presidente dos dados de trânsito da TomTom, comenta: “No ano passado, anunciámos que os níveis de congestionamento global em 2019 voltavam a aumentar, pela nona vez consecutiva. Em 2020, vimos um quadro muito diferente. Desde fecho de fronteiras a confinamentos, a mobilidade foi rápida e profundamente afetada." No futuro, é possível reduzir níveis elevados de trânsito em horas ponta, desenvolvendo horários de trabalho flexíveis, tornando o teletrabalho mais sustentável e usando uma abordagem inteligente para usar dados de trânsito para determinar as melhores horas para viajar. “Embora os níveis de congestionamento tenham caído em 2020, é possível que o fenómeno não se torne uma tendência. Veremos como o trânsito volta a crescer, quando as pessoas voltarem aos escritórios e às velhas rotinas. É por isso que está na hora de políticos, empresas e condutores fazerem um balanço das medidas que vão tomar para que haja menos congestionamentos no futuro”, continua Schäfer. |