Este foi uma das conclusões do estudo “Mobilidade 2022” Da LeasePlan, que analisa as tendências no mercado automóvel, com foco na transição para a mobilidade elétrica, bem como a atitude dos consumidores face aos veículos elétricos
A LeasePlan apresentou recentemente os resultados do seu estudo “Mobilidade 2022”, nos quais analisou as tendências no mercado automóvel com foco na transição para a mobilidade elétrica, em particular nas frotas empresariais, bem como a atitude dos consumidores face aos veículos elétricos.
Mobilidade elétrica compensa nas frotasNeste estudo, a LeasePlan comparou os custos totais de utilização (TCO) entre os diferentes tipos de propulsão em frotas empresariais, considerando uma empresa com uma frota de média dimensão (entre 50 e 200 veículos) e uma quilometragem de referência de 30.000km/ano durante 48 meses, e dividindo os resultados de acordo com os 9 diferentes categorias de veículos.
Verifica-se, assim, que os modelos elétricos são em grande parte das categorias a opção mais rentável para as empresas. Contudo, alerta Ricardo Silva, diretor comercial da LeasePlan, ainda existem obstáculos a ultrapassar na transição: “As infraestruturas de carregamento, a par dos incentivos, que constituem uma das principais barreiras ativas para a transição, são mais que nunca necessárias e serão um fator determinante para a aceleração dessa transição."
Alterações na procuraAo longo de 2020, verificou-se uma quase paragem do setor automóvel, com um impacto não só nas vendas como também no mix de modos de propulsão. Durante o período de confinamento, muitas fábricas reduziram a sua capacidade de produção ou chegaram mesmo a encerrar, levando também ao fecho de alguns concessionários. Por outro lado, a incerteza económica levou a que muitos consumidores adiassem a sua decisão de comprar um carro. Estas condições vieram a alargar-se para 2021, agravadas pela crise dos componentes semicondutores. No geral, a venda de veículos novos caiu em cerca de 25% na Europa, e 35% em Portugal. Em termos de mix, as vendas de veículos diesel caíram dos 35% no mercado europeu para os 26% – e esta queda foi ainda mais acentuada em Portugal, passando dos 50 para os 32%. No mercado nacional, a quota de veículos elétricos (100% elétricos e Híbridos plug-in) corresponde agora a 15%, um crescimento de 55% em comparação com o ano anterior. Isto deveu-se maioritariamente ao crescimento dos híbridos plug-in, fruto de um maior leque de oferta nos vários segmentos. Isto, no entanto, levou a uma desacelaração das vendas dos veículos elétricos, que cresceram apenas 16% no mesmo período. Este crescimento da cota de mercado de veículos mais sustentáveis deu-se à custa das modalidades de combustão, que caíram 12% em Portugal e 14% na Europa durante o último ano. A Noruega lidera a percentagem de vendas de VE – exemplar pela sua infraestrutura de carregamento rápido sólida e com grande capilaridade nas autoestradas – estando Portugal na oitava posição.
Os consumidores favorecem elétricos – mas ainda há um grande caminho a percorrerO estudo Mobility Insights Report da LeasePlan analisa a opinião dos condutores de 22 países sobre a mobilidade elétrica e os veículos de baixas emissões, bem como os fatores que impedem a transição para a mobilidade elétrica. As três principais conclusões deste estudo foram:
Apesar desta atitude positiva, existem ainda barreiras à adoção de veículos elétricos – notavelmente, questões relacionadas com infraestruturas de carregamento e os incentivos associados.
Dos 50% dos entrevistados em Portugal que pretendem comprar/alugar um carro nos próximos 5 anos citou a autonomia como razão pela qual não optariam por um elétrico. Semelhantemente, 57% dos entrevistados que disseram que não iriam mudar para um veículo elétrico apontaram o preço de compra como motivo Em Portugal, a atitude perante veículos elétricos é particularmente positiva. 87% dos inquiridos afirmou ter uma atitude ‘muito positiva’ face aos veículos elétricos, e 62 afirma que a sua atitude melhorou nos últimos três anos. Isto prova que a visão da mobilidade elétrica é bastante promissora, independentemente de estes pretenderem ou não comprar ou alugar um veículo de baixas emissões – “apenas” 49% afirmou que o seu próximo caso provavelmente seria elétrico. Entre os motivos pelos quais os portugueses consideram a transição para a mobilidade elétrica, as três principais são as menores emissões, baixos custos de utilização e incentivos do estado. Por outro lado, os três principais obstáculos à adoção citados pelos inquiridos foram o preço de compra (64%), a autonomia (55%) e a infraestrutura de carregamento (38%) É também de referir que 47% dos inquiridos referem que provavelmente transitavam para um veículo elétrico se a rede publica de carregamento fosse adequada. Outro ponto importante é que, de todos os países contemplados no estudo, os portugueses são quem mais acredita na transição para a mobilidade elétrica, tendo 77% dos inquiridos respondido acreditam que em 2030 a maior parte dos veículos serão elétricos. |