As três mil câmaras a ser instaladas em Seul irão recorrer a um software de inteligência artificial que processa a localização, a hora e os padrões de comportamento dos transeuntes para medir a probabilidade de um crime ocorrer
O distrito de Seocho, na capital da Coreia do Sul, e o Instituto de Investigação em Eletrónica e Telecomunicações (ERTI), um instituto nacional de investigação, anunciaram a futura instalação de três mil câmaras equipadas com software de inteligência artificial que o governo sul-coreano alega poder determinar a probabilidade de ocorrer um crime com base num conjunto de fatores situacionais e comportamentais. As câmaras determinam automaticamente se uma pessoa está a andar normalmente ou a seguir alguém, bem como a sua indumentária - nomeadamente itens usados para dissimular a identidade, como chapéus, máscaras ou óculos - e o transporte de objetos perigosos com possibilidade de serem usados para cometer um crime. As câmaras tomam também em consideração se é dia ou noite, e fatorizam todo este conjunto de dados para deduzir a probabilidade de um crime estar prestes a ocorrer, segundo as entidades responsáveis pelo projeto. Se a probabilidade exceder um determinado nível, as câmaras alertam as autoridades locais para enviar pessoal para o local. No futuro, o distrito de Seocho e o ETRI planeiam analisar 20 mil documentos de sentenças e gravações de crimes para melhorar a performance do sistema de IA para que as câmaras possam comparar o que está a ser filmado no momento com padrões de crimes passados. O software de IA ainda está em desenvolvimento e a versão completa será concluída em 2022, refere o instituto. Posteriormente, serão instaladas câmaras com estas capacidades em outros distritos de Seul e outras zonas do país. O ETRI está também a desenvolver um software de identificação pessoal para ser usado na deteção de criminosos sexuais portadores de pulseira eletrónica. |