Jorge Munit El Malek, representante da Indra, está a dirigir o grupo de trabalho que irá definir os requisitos mínimos que os sistemas anti-drone devem cumprir para serem implementados nos aeroportos e outros espaços de aviação
A EUROCAE, a Organização Europeia de Equipamento de Aviação Civil, confiou à Indra, uma das principais empresas globais de tecnologia e consultoria, a presidência do novo grupo de trabalho (WG-115), criado para desenvolver os padrões que suportarão a implementação segura e harmonizada de sistemas anti-drone em aeroportos e outros espaços de aviação. A reunião de lançamento do grupo teve lugar em dezembro e contou com a presença de 44 especialistas de 36 organizações, entre elas a Comissão Europeia, a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) e o Eurocontrol. Durante o encontro, e após a votação, o grupo decidiu incumbir a presidência a Jorge Munir El Malek, representante da Indra. A Indra conta com a solução anti-drone ARMS. A empresa é uma das líderes mundiais em tecnologia de defesa eletrónica, comunicações, sistemas optoelectrónicos, radares, comando e controlo que integram este tipo de sistemas. Em dezembro de 2018, o aeroporto de Gatwick (Londres), um dos principais aeroportos europeus, viu-se obrigado a cancelar todas as operações durante mais de 30 horas, após o avistamento de aeronaves não tripuladas nas suas imediações. O evento trouxe à tona um problema que preocupa o setor. Anualmente, o número de incidentes reportados aumenta significativamente. No mesmo ano a ANAC (Autoridade Nacional da Aviação Civil) identificou 53 incidentes com drones nas proximidades dos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, quase tantos como os registados entre 2015 e 2017. A 20 de setembro de 2018, o Aeroporto Humberto Delgado (Lisboa) esteve interrompido durante cerca de dez minutos, o suficiente para colocar em espera dez voos e desviar dois aviões para Faro. Aeroportos, fornecedores de serviços de aviação, assim como os restantes atores envolvidos na segurança das operações procuram urgentemente implementar sistemas eficazes para fazer frente a esta ameaça, permitindo detetar e até impedir que os drones voem sem autorização, nas proximidades das suas instalações. O novo grupo exercerá a sua atividade durante 2020 e 2021, tendo fixado como objetivo a elaboração de três documentos de referência: a definição do conceito operativo ligado a este tipo de sistemas (C-UAS), a especificação de requisitos de rendimento para a deteção de UAS não cooperantes e a especificação de requisitos de interoperabilidade com os sistemas já existentes. Os sistemas anti-drone são integrados por sensores de diferentes tipos que permitem detetar a presença de aeronaves de pequena dimensão a vários quilómetros de distância, identificando-as e aplicando contramedidas para impedir seu acesso à área que protegem. Estes são sistemas complexos que devem operar sem afetar equipamentos ou aeronaves do aeroporto. |