Apesar do adiamento de projetos nos próximos dois anos devido ao COVID-19, o mercado global de inteligência artificial no contexto de smart cities vai alcançar os 4,9 mil milhões de dólares até 2025, representando um crescimento de sete vezes face ao valor registado em 2019
O mercado global de software de inteligência artificial (AI) para smart cities deve aumentar para 4,9 mil milhões de dólares até 2025, sete vezes mais que os 673,8 milhões registados 2019, de acordo com nova análise da consultora Omdia. À medida que o 4G e o 5G facilitam a recolha e gestão de dados, a IA está a permitir uma análise mais profunda destes dados, permitindo identificar automaticamente padrões ou anomalias nos mesmos. A videovigilância é uma área essencial, mas a pandemia de coronavírus pode ter um foco maior no uso da IA para coordenar as respostas de saúde pública, segundo a Omdia. “Da videovigilância ao controlo de tráfego e à iluminação pública, casos de uso de cidades inteligentes de todos os géneros são definidos pela recolha, gestão e uso de dados”, refere Keith Kirkpatrick, principal analyst for AI, Omdia. “No entanto, até recentemente, conectar componentes e sistemas díspares para trabalhar em conjunto tem sido desafiante, devido à falta de soluções de conectividade rápidas, económicas, com baixa latência e cobertura abrangente. “Agora, estes desafios estão a ser superados, aproveitando os avanços na IA e na conectividade". O relatório Artificial Intelligence Applications for Smart Cities observa que as cidades podem usar tecnologias de IA, como o machine learning, computer vision e processamento de linguagem natural para otimizar despesas e oferecer benefícios aos cidadãos e visitantes. Resultados podem incluir criminalidade reduzida, menos poluição do ar e congestionamento de tráfego e serviços governamentais mais eficientes.
VideovigilânciaA Omdia destaca o exemplo do uso de IA na videovigilância. Por exemplo, ao organizar eventos públicos, algumas cidades estão já a começar a usar câmaras de vídeo com analítica de vídeos baseada em IA; os algoritmos de IA examinam o vídeo e procuram anomalias comportamentais ou situacionais que podem indicar que um ato terrorista ou outros atos de violência podem estar prestes a ocorrer. Além disso, a Omdia relata que cada vez mais cidades estão a empregar sistemas de IA baseados em cloud que podem analisar imagens da maioria dos sistemas de CCTV, permitindo que a plataforma e a tecnologia sejam aplicadas à infraestrutura de câmaras existente. A videovigilância também pode ser combinada com a detecção de objetos para examinar rostos e determinar o sexo, altura e até estado de espírito, ler matriculas e identificar anomalias ou potenciais ameaças como volumes abandonados. "À medida que o uso de câmaras de vigilância explodiu, a analítica de vídeo com base em IA representa agora a única forma de extrair valor na forma de insights, padrões e ações de dentro da infinidade de dados de vídeo gerados por cidades inteligentes", refere o relatório da Omdia.
Impacto do COVID-19Segundo Kirkpatrick, ainda é muito cedo para saber qual será o impacto do coronavírus nas implementações e gastos de IA nas smart cities. O analista prevê, contudo, que “os programas de IA focados principalmente em eficiência, criação de receitas e economia de custos permanecerão em vigor. No entanto, novas iniciativas ou investimentos previstos para 2021 ou 2022 podem ser adiados”, acrescentando ainda que “se tivesse que escolher uma área que virá a ver um aumento desinvestimentos, seria em torno de esforços para coordenar melhor a resposta da saúde pública através da IA, mas isso dependerá em grande parte dos municípios”. |