O Smart Mobility Summit 2017 deu conhecer as principais tendências, desafios e oportunidades que moldarão o futuro das cidades numa era em que a conetividade estará por todo o lado. Mais do que aumentar a eficiência das cidades, o principal objetivo é uma maior a qualidade de vida dos cidadãos.
Para uma cidade conseguir tornar-se inteligente a mobilidade é um dos fatores primordiais. Os cidadãos estão a evoluir e cada vez mais procuram conseguir movimentar-se de forma simples, rápida e pouco dispendiosa. Esta mentalidade tem levado à introdução de novos serviços que têm por base um custo baseado na utilização dos transportes. Para o Prof. José Mendes, secretário de estado assistente do Ambiente, estamos a caminhar cada vez mais para uma desmaterialização da mobilidade. Os utilizadores darão cada vez mais preferência à utilização de veículos num modelo as-a-service, onde poderão usufruir do serviço durante o tempo que necessitarem, sem realmente terem um carro estacionado na sua garagem. “Mais partilha e menos pertença”, é assim que o Prof. José Mendes vê o futuro da mobilidade. Outra das grandes tendências de mobilidade identificada pelo Prof. José Mendes serão os carros conetados. Cada vez mais o mundo se está a conetar e, a partilha de dados nunca foi tão avultada. Estes dados podem trazer benefícios a vários setores e, no que diz respeito à mobilidade, os carros conetados permitirão reduzir o tempo que os cidadãos passam no trânsito (ao antempadamente indicar alternativas em casod e congestionamento), e aumentar a segurança à medida que reduzem a percentagem de erro humano, responsável pela grande maioria dos acidentes de viação. A importância da mobilidade foi partilhada por Antonio Ponzo Pellegrini, deputy mayor no Município de Empoli, uma cidade que se está a transformar pela via de uma melhor comunicação com os munícipes. Pertencente à área metropolitana de Florença, este município italiano conta com cerca de 50 mil cidadãos. Só nas principais cidades italianas, as pessoas movimentam-se em média 30 milhões de vezes por dia. Metade dos cidadãos em Itália optam por se movimentar nos eu próprio carro, enquano 24% recorrem à rede de transportes públicos e 26% optam por percorrer os seus percursos a pé, ou de bicicleta. Uma das principais preocupações deste município foi a de alargar as ciclovias existentes, por verificar que cerca de 71% das pessoas viviam a menos de 150 metros de uma ciclovia. Para conseguir ser bem sucedida no seu processo de transformação, Empoli comunica com os seus munícipes, seja para os avisar dos horários dos transportes públicos, e de eventuais perturbações, seja através da monitorização do trânsito, como forma de ajudar a descongestionar as estradas e otimizar o tempo dos seus cidadãos. Visto que grande parte dos cidadãos gostam de se movimentar de carro, o município irá investir em estações de carsharing e apps de estacionamento. Empoli tem também em vista a implementação de solições de smart lighting para melhorar a sua sustentabilidade. Smart Lighting: um caminho para cidades mais sustentáveisPara a Philips, a implementação de smart lighting é fundamental para aumentar a sustentabilidade das cidades, ao oferecer uma poupança energética entre 50 a 70%, só pela simples implementação de iluminação LED. Quando esta iluminação é acompanhada por uma camada de controlo inteligente, os ganhos podem ultrapassar os 80%. Numa intervenção denominada “How lighting will shape the cities of the future”, Ricardo Martins, business development manager, Philips Lighting, afirmou que as cidades ainda não estão preparadas para grandes implementações e que são necessárias mais iniciativas para as cidades abraçarem a inovação. De acordo com o responsável, a iluminação pública tem, em média, 20 anos de idade e, tendo em conta que só a iluminação pode totalizar praticamente 40% do consumo energético de uma cidade, “a tecnologia por si só não é suficiente”, afirmou Ricardo Martins. Atualmente, de acordo com a Philips, apenas 2% dos sistemas de smart lighting estão conetados, com previsão de crescer até aos 35% em 2025. Para coonseguir alcançar esta percentagem, a Philips está a trabalhar no desenvolvimento de um ecossistema de smart cities, através de parcerias estratégicas com players que investem fortemente nesta área, como é o caso da SAP, Vodafone e Compta. Para já, a Philips conta com alguns casos de estudo de implementação de smart lighting em países como os EUA e Argentina, através da implementação de Philips Smart Poles, desenvolvidos em conjunto com a Ericsson. Lisboa está a tornar-se mais inteligenteEficiência, produtividade e inovação, foram as palavras escolhidas por Paulo Carvalho, da Câmara Municipal de Lisboa, para identificar os pilares que estão a moldar a capital portuguesa. Para o responsável, “o maior foco está nas pessoas,” e é nesse sentido que Lisboa está a ser o epicentro da inovação e transformação em nome de um município mais inteligente e conetado. Para tal, a Câmara Municipal de Lisboa desenvolveu um projeto a cinco anos que recorre a parecrias com instituições públicas e privadas e onde as apostas estão direcionadas para a mobilidade, sustentabilidade e melhoria da qualidade de vida. A visão de que as instituições públicas e privadas se deverão unir em nome da melhoria da experiência dos cidadãos fois transversal a todos os intervenientes numa mesa redonda que contou a presença de responsáveis de empresas como a Brisa, PT, Turismo de Portugal, NOS, Câmara Municipal de Lisboa, e moderada por Bashara Hinnawi, da Beta-i. Todas estas empresas estão focadas em tornar a capital mais conetada e contam já com um conjunto de parcerias e de casos de estudo implementados na capital. |