Apresentada no CES 2020, a denominada Woven City servirá como laboratório vivo para o desenvolvimento de novas tecnologias, focada na sustentabilidade, mobilidade autónoma, IA e IoT
No CES, a decorrer entre 7 e 10 de janeiro em Las Vegas, a Toyota anunciou seu ambicioso novo projeto de construção, chamado Woven City. Localizado próximo ao Monte Fuji, no Japão, o novo município ocupará a atual localização de uma fábrica de manufatura abandonada. A Toyota recuperou um terreno de 175 acres que, nos próximos anos, será transformado numa cidade do futuro. O objetivo desta agregação de protótipos é criar um laboratório vivo para o desenvolvimento de futuras tecnologias, abrangendo coisas como veículos autónomos, robótica, casas inteligentes, mobilidade pessoal e muito mais. Numa mesa redonda posterior ao anúncio da Woven City, James Kuffner, CEO do Toyota Research Institute Advanced Development, referiu: “As cidades de hoje foram construídas para carros”. Como com este projeto a empresa está a explorar um mundo de novas possibilidades tecnológicas, a Woven City poderia ser o ambiente perfeito para explorar esta questão. A cidade terá como residentes cidadãos comuns, e os edifícios, infraestrutura e veículos serão interconectados, geridos por um sistema operacional digital que abrange toda a cidade. A Toyota convidará também os seus parceiros de negócio para trabalhar na cidade, além de académicos e cientistas de todo o mundo, com o objetivo de promover o desenvolvimento de novas tecnologias. A Woven City foi projetada para ser totalmente sustentável, alimentada pela tecnologia de combustível de hidrogénio da Toyota e painéis fotovoltaicos montados nos telhados – e, consequentemente, não será integrada na rede elétrica convencional. Os edifícios serão construídos em grande parte a partir de madeira, incorporando carpintaria tradicional japonesa. Os principais elementos da infraestrutura serão alojados no subsolo, incluindo o armazenamento do hidrogénio. As ruas da Woven City serão divididas em três seções, nenhuma das quais permite a circulação de veículos conduzidos por humanos. Uma será dedicado ao transporte autónomo de movimento mais rápido, outro a veículos mais lentos e de mobilidade pessoal, bem como peões, e o último será parque dedicado exclusivamente às pessoas. Estes diferentes elementos de infraestrutura entrelaçam-se entre si, o que ajudou a inspirar o nome do projeto; é uma referência à história da Toyota, já que a empresa começou por construir teares para tecer tecidos. O ambiente cuidadosamente planeado da Woven City deverá facilitar a criação e o desenvolvimento de futuras tecnologias de transporte. A vida dos residentes será facilitada por robôs domésticos, IoT e inteligência artificial – na cidade do futuro, o lixo é recolhido e os frigoríficos reabastecidos automaticamente. Dada a escala do projeto, este será construído por fases ao longo de muitos anos. A inauguração oficial está projetada para 2021, recebendo os primeiros residentes dentro de cinco anos. Ainda assim, como referido na mesa redonda, “a cidade nunca será completada, porque a tecnologia está sempre a evoluir”. Projetada para servir de modelo as para cidades do futuro, a Woven City foi pensada, segundo Kuffner, para beneficiar a saúde e a felicidade dos residentes. Espera-se que a população da Woven City atinja cerca de 2 mil pessoas, e será também permitida a abertura de empresas na cidade. Como o projeto ainda não foi iniciado, é impossível saber qual será o custo de vida, mas um representante da empresa garante que terá "preços da Toyota", sugerindo que deve ser bastante mainstream. |